quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A tragédia do Mar de Aral


Desertificação e desaparecimento

O Mar de Aral encontra-se em rápido processo de desertificação, com perda substancial de seu volume de água e redução da vazão dos rios que nele desembocam. Em 1960, quando o influxo de água para o lago perdeu para os canais de irrigação, o Aral era o quarto maior lago do mundo, com 68 mil km de superfície e 1.100 km (queda de 80%), e era o oitavo maior lago. Durante o mesmo período de tempo (1960-1998) a sua salinidade aumentou de 10 g/L para 45 g/L.
Há duas vertentes que pretendem explicar o processo de desertificação:

1. Fenômeno Natural: o Mar de Aral estaria morrendo naturalmente devido a fatores climáticos e geológicos (vertente defendida oficialmente pelo governo soviético no início do fenômeno).
2. Fenômeno Antropogênico: o desvio das águas dos rios que desembocam no Mar de Aral estaria causando o problema (vertente consensual defendida atualmente).

Alguns peritos do governo soviético consideram, na época, como "erro de natureza" o que estava acontecendo com o Aral. Um engenheiro soviético declarou, em 1968, que era "óbvio para todos que a evaporação do Mar de Aral era inevitável", confirmando a tese de causas naturais. Contudo, já se sabia das manobras da União Soviética com as águas e das prováveis consequências das ações. Um outro membro do governo soviético, o engenheiro Aleksandr Asarin, salientou que o lago estava condenado, explicando que aquilo "fazia parte dos planos quinquenais, aprovado pelo Conselho de Ministros e do Politburo. Ninguém, de menor patente, ousaria dizer uma palavra contradizendo os planos". Tal afirmação, em 1964, vem corroborar com a certeza de que o perecimento do lago não foi uma surpresa para os soviéticos, pois eles esperavam que acontecesse muito antes.

Possíveis soluções

O futuro do Mar de Aral é incerto. Não se sabe se é possível, viável e necessário recuperá-lo. Há diversas sugestões no sentido de ajudar em sua recuperação, tais como:

- Melhorar a eficiência dos canais de irrigação;
- Instalar estações de dessalizinação de água;
- Instruir os agricultores a usar menos as águas dos rios;
- Plantar cultivares de algodão que necessitem de menos água;
- Usar menos produtos químicos nas plantações;
- Reduzir o número de fazendas de algodão próximas ao lago e afluentes;
- Construir barragens para encher o Mar de Aral;
- Redirecionar a água dos rios Volga, Ob e Irtich. Assim, se levaria 20 a 30 anos para restaurar sua antiga demensão, a um custo provável de US$ 50 milhões;
- Diluir a água do Aral com água do oceano e do Mar Cáspio, através de bombas e gasodutos.

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